"Mãe!", havia eu gritado. Eu, Laércio
em todo o meu Conatus... E eu dizia: "quero ser bom, quero ser
jovem, quero ser magro, gordo e forte!", mas nada muda; e mostrava aos
meus heróis a fita no meu quarto. E repetia; girava, girava, girava em mim e
para fora. Rodava e era bom! E eu acalmava-me, então, e parava e sentava e
sentia e sorria e chorava e parava e rodava e era bom... § E nada muda e o meu Conatus... e os sortilégios,
gritavam e clamavam, mas nada, nada mudava. E aquela palavra: "Mãe!"
ecoava e eu rodava... E era bom. Algo era belo! Isto era belo? Já não sei
mais... E desabafo: "queria poder dizer, que, se eu sou feliz, 'eu sou
triste'; e que, se eu sou triste, 'sou feliz'..." mas nada, nada muda.
Agora, eis aqui, engasgado; Laércio engarrafado! Tamanho hederáceo! Laércio,
filho de Barnabás, gritava à Terpsícore: "Mãe!" Mas sempre longe o
eco e sempre curto o fôlego, chegava lá apenas um beijo, na testa, no cabelo,
de lado e sem dar. § E fechado em
seu mundo, de máscaras e jogos e palavras aos ouvidos atentos: pois que
enquanto fingia sentar - à cadeira, à mesa - para estudar, sorria e corria em
si; e deixava, deixava-se rolar e girar e rodar e pular, mas sem mover-se, sem
sair do lugar... E sentava ao chão, ao lado de seu tão conhecido tapete
vermelho e azul, desbotado pelo tempo e maus tratos de menino e seu peão. À sua
frente a televisão, muito baixa: ouvidos atentos! Prestava-lhe atenção, Sr.ª
Porta, a ti que abre de repente e trás de fora novas pessoas - nem tão novas em
sua memória - de hábitos! § Quando a
Sr.ª Porta lhe prestava o serviço de ranger, pois o óleo já nem tão bom e nem
tão velho - o que fazia-lhe ter de deixar tão baixo o volume enquanto brincava
em seus pensamentos (e os olhos de um lado ao outro, e os dedos de cima para
baixo, diziam: "estou pulando... sem estar!) -, chegava a hora de correr!
Ligeiro e pés suaves: "vamos, vamos! à cadeira, à mesa! Já! Ninguém pode
me ver..." Deve-se dizer que isto é belo? ... Talvez afirmar que há dois,
isto sim! Dois Laércios: Conatus e Hederáceo! E tudo outra vez
- gemini, embora pisces. \
Mas o negócio aqui tá muito bandeira, dá bandeira demais meu Deus! Cuidado brother, cuidado sábio senhor...
ResponderExcluirComo é, Matheus?
ResponderExcluirgostei muito do penultimo parágrafo!
ResponderExcluiro texto em si eu não sei bem o que você queria passar, por isso que não vou julgar os sentidos, só apreciar a forma !
abraços
Tu lesse os outros seis, Caio?
ResponderExcluirDos outros, só uns 2 até agora
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