Laércio parara à janela, olhara todo o esplendor
de um pôr-do-sol – ou de um movimento contrário: pôr-se rotacional da terra em
relação à aparente estaticidade do astro-luz – parara e olhara... E contemplara
a si – ser sozinho – em tristeza esplêndida. Quase um segundo sol, forçando um
pôr-se dentro de fora de si. Laércio em verso esplêndido? Só uma jocosidade! A
sua Laetitia logo a frente em um
simplificar das coisas – tão distante... Memórias dela – mas que palavra
recorrente! § Na verdade memória de algo de
reminiscente em sua alma, uma verdade construída para habitarem os seus dáimons: brincarem e pularem e grunhirem.
E a isto ele chamara afetos; sentimentos. Mas algo destes afetos lhe escapava,
como no homem potencialmente fraco de Spinoza[1];
algo lhe alcançava o intelecto e lhe fazia permanecer ocaso... Pôr-se do
pôr-do-sol do dentro de dentro ao de fora. Mas não é fora para as relações,
transações e conversações: são dois Laércios em regozijo: e nada dos benéficos
sortilégios de outrora. Um danado, batráquio! § Quanto aos amigos, uma grande pergunta a
se formar: “onde estão?”. E Barnabás sorri-lhe um lindo espelhar de dentes
vociferantes: “não!” – e compadece-se de si – e não sai disto... De “se... e se”
fica Laércio preso em uma encruzilhada, dar tempo ao tempo ou tomar-lhe o tempo
que é só seu; ou ainda – e já resolvendo o caminho, do duplo ao múltiplo (talvez
melhor que não se resolvesse nada!) –, deixar de habitar no tempo? Isto: ou alvo
do tempo contra o relógio da pseudo produção – e seu ocaso; ou maquinação no
tempo de seu vir a si com os outros em maquil-ação. § Nada, nada ainda se respondera, Laércio:
uma coisa é deixar de visitar a casa de sua juventude, outra é deixar de
habitar nas suas lembranças, pois, pensara, não pode haver aquele que esquece –
pelo menos não propriamente. \
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