Criado a imagem
e semelhança de um batráquio, nada mais poderia ser. Mas que coisa
absurda! E o absurdo era contido em seu âmago. § As suas bases, construídas em circuitos e fechadas a cadeado,
nunca foram mostradas. Aliás, foram, mas não apreciadas. Porque ele sempre fora
reprimido por si, ainda que acreditasse não o ser. Laércio, homem de palavra.
Laércio, homem confiável. Laércio, o educado. Laércio, o querido. Mas nunca,
nunca, Laércio! § Suprimido por suas
experiências, devastado em seu pesar. Isolado por todos e principalmente por
seus monstros. Era necessário esconder-se! De quê? Para quê? § Aquilo começou como uma brincadeira e
alastrou-se à realidade. Atrás da poltrona, da perna do pai, da voz da mãe, do
túmulo da avó. Criou seus medos, alimentou suas consternações, viveu em função
de uma efígie a qual nunca sua. Fora o Édipo de seus sentimentos – e como que
na sucessão de fatos do mito tebano, do duelo com Laios até tornar-se um
apátrida –, teve a necessidade de destruir-se. § Dormiu embrulhado em maus-sonhos e bons-pesadelos: por muito o
assombraram! Ser sozinho, sozinho consigo, consigo e junto a outrem. § Determinou o quanto era vivo ao
querer morrer. Tratou de seus medos como a um amigo e viveu feliz enquanto os
repudiava a distância de um sonhador. Amou seu maior inimigo, e o abominou,
também. Seus fantasmas foram de fato – os fatos nunca ocorreram, as cadências
foram dominadas e conquistadas, não por ele, mas sim, pelo outro que consigo,
aquele tão venerado espectro. \
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