segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Brief an das Nichts

GOYA Y LUCIENTE, Francisco de. Saturno devorando a un hijo, 1820-1823.


Liebster Freund,

Ich warte noch auf dich, obwohl ich schon tot bin. Ich warte aber noch, weil dein Geist mir so wichtig war. Ich warte auf dich, wegen meines Lebens, wegen meiner Angst, um allein zu sein. Wäre es nicht schön, wenn wir wieder zusammen wären? Du warst ja mein Freund; du bist noch mein Freund - der Liebster! Ich warte auf dich, um nicht mehr allein zu sein... Ich warte, hier im Nichts. Hier warte ich auf dich!

Mit freundlichen Grüßen,
Das Ich.

domingo, 5 de outubro de 2014

Γλαῦκος, o imortal

WATERHOUSE, John William. Circe Invidiosa, 1892.


Ficamos velhos, se antes não morrermos,
irremediavelmente.
Nada Valemos? Que com isso ganhamos?
Alguma coisa decerto.

Um quê menos estúpido do que
na vida esperanças depositar:
Tudo o mais! Os previdentes
Nos respondem: tudo o mais o é.
Antes esperar, como o fazem
Apenas poucos, não naturalmente!

Certo é padecermos de males tantos,
Indefinitivamente.
Com o tear da vida despercebidos:
Destino amalgamado.

E quanto vale um tecido já
Rasgado, perceberemos, contudo -
Já aos passos apressados, rumo
Ao melhor; inconteste, fugidio.
Mas manter-se-ão ocupados os
Braços relegados e esquecidos.

E para quem a vida oprimida resta,
O mostrar-se delirante.
Diante dos fios - aceitação difícil:
Ser unido ao divino.