segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lesbos (ou a sede dogmática pelo meio-medo)


Estou em um momento dogmático. Havia muito tempo desde a última vez que me encontrei em um tal momento. É até um pouco estranho, mas tenho feito certas revisões e estudos acerca de toda uma dogmática jurídica - até porque tem-me sido necessária para um aprofundamento teórico num viés, digamos, mais tradicional. É até imperioso para a prática (e sei que muitas vezes tenho falhado neste campo). Um estudo acerca da dogmática; uma dogmatização do pensamento: uma Régua de Lesbos para o pensamento selvagem. Assim nós iniciamos nosso diálogo, como um grego antigo, descobrindo o que é eqüidade: à maneira de Aristóteles, ao pensar o amoldamento como a regra.

Não é de se espantar que na esfera do pensamento, qualquer que seja ele, formar-se-ão as religiões e as legiões de fiéis seguidores. As correntes e contra-correntes; todas elas com suas regras, "dogmas". Não é diferente com a sociologia, o direito, a economia, etc. Se assim não fosse não existiriam os diversos Keynesianos, positivistas, etc. Parece até que é uma obrigação proceder desta maneira. E, justamente por isto, as correntes se formam e a  repetição/generalização dos discursos ocorre.

Forma-se a dogmática. Como estudante de direito, e observador insaciável de meus colegas e mestres, tenho notado 3 etapas, ou melhor, para não formar uma linha dura diante das posturas presumíveis, 3 formatações distintas do modelo de estudo jurídico - aqui eu utilizo o modelo jurídico por uma questão muito simples, ele me é o mais próximo, aquele mais fácil para abordar. Assim, existem os (1) que simplesmente decoram as codificações; (2) os que auxiliam o estudo com um(s) bom(s) livro(s) de doutrina; e (3) os que além disto, criticam a doutrina, jurisprudência e legislação. É quase como dizer, um armazém, um caminhão e um gerente. 

Isso é bem o que ocorre com todas as áreas do conhecimento. Entretanto, existe uma quarta e quase extinta classe. Mas esta, ao contrário, não se exila em sua área principal - no meu caso, direito. Ela, muito pelo contrário, realiza o estudo crítico e, desta vez, interdisciplinar! Este é um grande diferencial na hora de teorizar, por exemplo. E, não se deixe sem lume, mesmo na prática é ela importantíssima. Não existe sistema sem ambiente. Enquanto que todas as outras, mesmo a terceira formatação, simplesmente reproduzem, discutem ou problematizam o mesmo e único objeto de interesse, esta última (a quarta) inova.

Inovação. Quando se assiste, por exemplo, ao filme "O Nome da Rosa", vê-se uma questão parecida com essa acima. O padre franciscano Guilherme Baskerville, adentra numa abadia para investigar curiosas mortes, todas apontando para elementos mítico-apocalípticos. Ao passo que todos, excetuando sua figura, a do seu tutelado e, claro, os invariáveis vilões, buscavam explicações bíblico-dogmáticas, as personagens centrais traziam elementos exteriores. Nesse ponto a religião não difere tanto do direito: o novo quase nunca é bem vindo. Estou em um momento dogmático? O texto responde isto, mas, ainda assim, o faço expressamente: não!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Labéu - O Folhetim 05


Não foi que de um instante toda essa vida se esgotou... Custou tempo para realizar tamanho infortúnio, e mal se sabe o quanto este fora desejado! Se por um lado as coisas pareciam em inteira ordem, não se pode dizer que elas o eram de fato. Tudo estava ao contrário, Laércio estava ao contrário... Ah, e o contrário é que era o certo, mas vejam, certo a(o) Conatus. § Mas e os sortilégios, e toda a justiça? Barbáries, eis que sim! O correto é aos olhos do expectador, ou não seria correto, mas único! Foi certo, enquanto durou... Durou pouco, entretanto. Pouco era a ordem, pouco era o fato. Na ordem do pouco o resto não importava, pois os momentos eram preciosos. As contagens, regressivas: sempre ao tempo da morte! § Não se imagina tamanha engenhosidade, tal qual o arquétipo construído por Laércio; este filho de Barnabás soube o significado da vida: o tempo! Curto tempo... E vem a morte. Sua mãe por outro lado, sempre muito preocupada em não traumatizá-lo, nada mais fez que o contrário, encheu o menino de medos e afins. Laércio, menino déspota de seus medos e com medo de seu tempo. § Breve instante de perspicácia me mandou, como a frase de um epitáfio, escrever o seu jargão inconsciente. Aqui jaz Laércio: sem medir a importância do desimportante, descobriu que sua maior debilidade foi ser apenas incerteza. O das mágoas é na verdade um insano? O insano é um palhaço, sempre machucado. O palhaço não existe sem as influências! \

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Eulethería & Wikileaks

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eleuthería (he) / 'ελευθερία ('h): liberdade.

1. "Moral. a. de ação (Xenofonte, Memorabilia, I, II, 6; II, I, 11; Epicuro, Sentenças, 77; Plotino, III, III, 4). b. íntima. (Platão, Fédon, 114e; Teeteto, 175e; Epicteto, Leituras, II, I, 21-23; IV, I; Marco Aurélio, VIII, 1);
2. "Política. (Platão, Leis, III, 693c-694a; Aristóteles, Pol., VI, II, 1-2)."[1]
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Para quem não conhece o wikileaks (http://www.wikileaks.at/), é uma organização cujo fim é a publicação jornalística de documentos (de quaisquer espécie) trazendo ao público informações e notícias importantes.

Infelizmente, é triste saber que, atualmente, está ocorrendo uma forte repressão à organização - Políticos americanos chegaram a chamá-la de entidade terrorista! Por isso, venho aqui apresentar-lhes a idéia de entrar no site acima e ver se vale a pena, para cada um de vocês, aderir ao movimento contra esse (um) tolhimento da liberdade de imprensa. Se acharem que é relevante votar em favor do Wikileaks, sintam-se livres para entrar aqui: http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/?rc=fb.


[1] GOBRY, Ivan. VOCABULÁRIO GREGO DA FILOSOFIA. São Paulo, Martins Fontes, 2007. p. 52.

sábado, 4 de dezembro de 2010

@Multifacetas©


Existe, hoje em dia, um movimento crescente do que poderia ser chamado "contra-cultura". Na verdade, é muito mais uma retomada da cultura do que qualquer outra coisa. Pode-se dizer que é uma maneira de evitar uma estratificação sócio-político-corporativa das idéias.

Nesse contexto hodierno, existe uma tendência paradoxal de aproximação e afastamento do platonismo, no que se refere às idéias. Acontece, na realidade, uma espécie de hipocrisia racional com respeito a fins: esses fins, meus caros, é que é o grande ponto de interrogação - ou não. Pois bem, as idéias são transcendentes e imanentes ao mesmo tempo: é o que ocorre com a regulamentação dos direitos autorais. 

parece que com este termo "direitos autorais", quando somado à noção de "estratificação sócio-político-corporativa", possibilita uma explicação do fim visado para a idéia: disponibilize-a imanente, quer dizer palpável e perfeita na medida em que se pagam as taxas de uso, mas sempre as coloquem transcendentes, na medida em que nunca serão de todo ou em parte suas, apenas há uma concessão.

Nesse momento, faço uma análise própria do que seria diferença e repetição. A diferença, seguindo o modelo Deleuzeano, é única e exclusivamente aquela em que não produz rejeição, é a diferença não excludente (que chega bastante próxima do conceito de potência). Já a repetição é apenas aquela entendida rejeitando a generalidade; nesse sentido, adotando a idéia central de uma repetição diferencial, ou seja a produção da diferença com a repetição.

Assim, parece bastante plausível imaginar uma situação em que a repetição ocorre até o último instante, mas sempre diferente. E ao mesmo tempo, uma maneira de passar com um trator sobre as rochas sedimentares dessa máquina hipócrita com respeito a fins ($$). O remix! Este é o local perfeito para a produção de reproduções. Portanto, se puderem, vez que tenho certeza, será melhor analizar in loco, dêm uma olhada em duas coisas em três sites: a idéia de um neo-domínio-público e a criação de uma free culture (cultura livre):

1. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp;
2. http://ripremix.com/; e
3. http://www.totalrecut.com/contest-videos.php.



sábado, 27 de novembro de 2010

Virtuose

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Virtuose, segundo o Dicionário Aurélio, é:

(ô) [Do it. virtuoso, pelo fr. virtuose]
Substantivo de dois gêneros.
1. Músico de grande talento; virtuoso.
2. Toda pessoa que domina em alto grau a técnica de uma arte.
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Pois bem, aqui não será de forma alguma me estender, mas apenas deixar uma pequena mensagem: acontecerá em Recife, João Pessoa e Olinda, respectivamente no Teatro de Santa Isabel (http://www.teatrosantaisabel.com.br/home/), na Igreja da Misericórdia e no Convento de São Francisco, nos próximos dias 13 a 19 de dezembro, o XIII Virtuosi: festival internacional de música (http://www.virtuosi.com.br/).



Receber do Dado?!


Enviado por Danilo José Viana da Silva, Estudante de direito da UNICAP e integrante do PIBIC/UNICAP, sobre o pensamento de Lévinas.

Certa manhã compareci a um seminário, realizado na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) – cujo tema era a crítica à pesquisa em direito. Ao final do evento, - o qual, na minha perspectiva, fora bastante sincrético, - tentei acrescentar à discussão um tema que acho interessante: “O problema da história das continuidades produzida pelo pensamento jurídico.”

Mas, após ter posto tal problema em debate, percebi que os palestrantes não eram familiarizados com ele; o primeiro palestrante desviou-se completamente do problema levantado, tratando assim de questões outras que não tinham lá muita coisa a ver com o que eu tinha dito; já o segundo, muito embora ter reconhecido, a priori, a falta de familiaridade com a problemática “historia das continuidades”, tento falar um pouco a respeito.

Este último levantou um ponto relevante (apesar de achar que nem mesmo ele sabe a relevância) que consiste numa questão de dados. Assim: “Se há uma tentativa de se contar uma história onde tudo necessariamente evolui desde a antiguidade até os dias atuais, é porque há dados que não podem ser deixados de lado, e que nos permitem falar assim”. Sinceramente, penso eu, este foi o único ponto proeminente na discussão.
Mas por quais motivos a questão dos dados tanto me chamou atenção?

Se a história oficial – onde os juristas historiadores tendem a determinar, desde os tempos mais remotos, a existência de germes dos órgãos e instituições jurídico-estatais hodiernas, as quais necessariamente seriam o resultado de todo esse evoluir linear e “incontestável” encontrada na massa dos livros jurídicos – afirma-se como “a” verdadeira história, ou a única verdadeira, é porque, justamente, uma de suas táticas é se “apropriar” de um “objeto” cultural como dado, concatená-lo nesta categoria (de dado).

Através de tal tática é possível atribuir um significado a esse “objeto” cultural e erigi-lo ao patamar hegemônico, fazendo com que diversas outras maneiras de se contar histórias sejam apagadas ou suprimidas. Este fato, por seu intrínseco significado conseqüente, subjuga outras possibilidades de criar-se histórias do direito de formas alternas, diferentes.

Foi aí que me lembrei de um texto escrito pelo filósofo francês Emmanuel Lévinas, cujo cerne é justamente o problema do “objeto” cultural e do dado. Logo no início escreve:

a essência da linguagem a que os filósofos concedem agora uma função primordial – e que vai marcar a própria noção de cultura – consiste em fazer luzir, para além do dado,  o ser no seu conjunto. O dado receberia uma significação a partir desta totalidade.[1]

Mais na frente, ele irá escrever que a totalização da totalidade não se assemelha a um operação matemática, onde chegaríamos ao resultado correto. O dado não tem o significado prévio e que subjugaria qualquer outra possibilidade de interpretação. O dado receberia (receber) uma significação sempre a partir da totalidade.

Neste caso, a história do direito ao contar os seus rios contínuos, sempre a partir da fixação do certo e verdadeiro significado daquilo que chamam de dado, nada mais faz que uma totalização prévia e ilusória, erigindo ao patamar hegemônico o sentido por eles – juristas – atribuído. Mas o dado não traria o significado que seria desvendado ou descoberto pelo jurista; ao revés, o dado recebe uma significação.

Toda a atribuição de sentido ocorre a partir de uma posição: sempre a partir de uma posição! Lévinas lembra também, influenciado por Merleau-Ponty, que o “olho não seria o instrumento mais ou menos aperfeiçoado pelo qual, na espécie humana, empiricamente, a operação ideal da visão alcançaria seu objetivo, captando, sem sombras e deformações o reflexo do ser.” [2]

Neste caso, haveria possibilidades de se afirmar que o dado já teria “o” significado dele, e que – como falou o palestrante – a partir dele se conta uma história entendida como a sua contínua e linear evolução. Dessa forma, ocorre a subjugação das outras várias possibilidades. Não é para tanto que o dado venha a corresponder a um totalitarismo, posta a propagação e reprodução em vários livros jurídicos, nos quais a escrita pressupõe o significado do dado. Tal empenho corresponde a uma grande quimera, pois os juristas que contam uma história linear, embora façam parte de uma cultura e sejam por ela influenciados, a constituem.

Assim, ao invés de se contar a história linear porque há dados que necessariamente comprovam uma evolução, deveríamos antes compreender que se trata de um possível significado, o qual, por razões conservadoras e/ou outras várias razões, foi erigido ao patamar hegemônico de história certa e verdadeira. Aquela perspectiva jurídica ignora um ponto relevante, pois “a ação cultural não exprime um pensamento prévio, mas o ser, ao qual, como encarnada, ela já pertence.” [3]

Se alguns juristas lançam mão de um Gesto Cultural, este não expressa um pensamento prévio; os dados, a priori, não expressam nenhum postulado. Tal ação cultural corresponde à expressão do ser, cujo sentido único, exato e imutável diz respeito a uma grande quimera.

Então, não há possibilidades de se compreender a ação cultural, a partir da qual poderíamos criar várias histórias diferentes e até mesmo não contínuas, sem que o pensamento esteja inserido numa cultura.

Reduzir um símbolo cultural a um dado e fazer deste a revelação de uma história oficial e verdadeira – subjugadora de todas as outras possibilidades de criação de histórias do direito – corresponde a um grande totalitarismo. Este é fruto de uma grande ilusão, ainda bastante calcada na dicotomia Sujeito/Objeto. Pois como lembra o próprio Lévinas,

o símbolo não é o atalho de uma presença real que lhe preexistiria; ele daria mais do que qualquer receptividade do mundo fosse capaz de receber. O significado ultrapassaria o dado não por superar nosso modo de captá-lo – mesmo que fôssemos desprovidos de intuição intelectual – mas pelo fato de o significado ser de outra ordem que o dado, seja ele a presa de uma intuição divina. Receber do dado não seria a maneira original de se relacionar com o ser.[4]

Já palestrante afirmou que os dados já trariam a sua própria significação, caberia ao historiador revelá-la; eis uma maneira não original de se relacionar com o ser, e de contar uma história do direito que cala as vozes torturadas num contexto de ditadura, por exemplo; época de grande horror no país. Mas tudo isso é como se fosse um problema invisível, várias vidas foram e são apagadas pelas páginas dessa história oficial e régia; cuja reprodução é lastreada por uma maioria dos juristas pátrios. Já disse Lévinas: “O invisível por excelência é a ofensa que a história universal faz aos particulares.” [5]


Para finalizar, parece que esses particulares, os quais, por exemplo, foram torturados e apagados simbolicamente pela ditadura militar de então, não podem ser alvo de interesse para uma história do direito. É um problema invisível para vários juristas: trata-se de uma irrelevância e, sinceramente, é pouco rentável; não traz lucro para o mercado editorial.




[1] LÉVINAS, Emmanuel. Significação, totalidade e gesto cultural. In: Humanismo do outro homem. 3ª Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. P. 27.
[2] LÉVINAS, Emmanuel. OP. cit. p. 27-28. 
[3] LÉVINAS, Emmanuel. OP. cit. p. 29.
[4] LÉVINAS, Emmanuel. OP. cit. p. 31.
[5] LEVINAS, Emmanuel. Totalidade e Infinito. Trad. José Pinto Ribeiro, Revista por Artur Mourão; Lisboa – Portugal: Edições 70, p. 224

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Aramá! - O Folhetim 04



Devaneios, eis o que foram. Puros devaneios, aqueles arquétipos da felicidade! A triste inamovibilidade dos seus modos e sentidos transfigurou-o em carvalho, peça ornamental, dureza in personae. "Justiça!" Gritam os sortilégios... Mas, por epopéicas medidas fora a justiça vendada[1]. § Sortilégios, perguntam-se! Sortilégios, é claro! Esses malditos artifícios. Foram chamados bruxaria quando não passavam de opiniões. É verdade, não houve chance para a sua germinação. Notou-se um fio de azeite escurecer: a querida laetitia[2], a tão sonhada aurora de seus sonhos, queixosa de espaço, teve seu júbilo roubado. Para que tamanha ledice? E "justiça!" clamavam os sortilégios! Sem eco, em verdade. § Passeios em pipas e alucinações era o cântico dos corais. A vida já não era a mesma, perdera o fogo. O nobre enrijecimento, este não, continua e cresce e alegra-se e reflete e diz: ‘como eu sou perfeito, tamanho hederáceo!’ Fustigação contínua do caudaloso líquido; extrai o brilho proporcionado pela seiva; mas de que isso importa, o resultado é belo, outrossim! Em pouco se perde a beleza, que fica, mas alterada, e em muito a sutileza, que definha em movimentos nodais. § De uma sua percepção nascera o novo, o antigo. Porvir, devir, potência. Não poderia ser diferente! Os grupos se forçam, as forças se formam e esta, em seu eu solitário, forma o persistir enraizado. Difícil é sair deste estado. Assim chegou Laércio à sua grande encruzilhada: entre a superficialidade das relações ou a profundidade das chagas. Oh! Como são profundas as chagas... \


[1] O texto, originalmente, seria: Mas, por Diké substituir-se-ia Iustitia*, assim, declarou-se a morte aos ideais, pois fora a justiça vendada. *Diké Iustitia: representações mitológicas das deusas da justiça na Grécia (clássica tardia e helenística) e Roma, respectivamente.
[2] Palavra latina para felicidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cetro, Centro e Agonia

Kafka, tal qual Kierkegaard, descobriu o grande vértice do homem: a angústia! Não é para menos que ele amplamente trabalha o abafamento claustrofóbico e a certeza de que não haverá uma saída, que não a morte, para resolver a doença do mundo: esse buraco cheio de vermes que, na obra "Um Médico Rural" ora resigna ora indigna. E, se não bastasse o fato de tomarmo-nos por baratas horrendas e desprezíveis, é na solidão e na inesperança que dar-se-á um desenrolar, quer melhor ou pior. Pois se o carro precisa de um combustível, o homem precisa do desespero para mover-se.

Qual a graça de ir a um parque de diversões e deixar para trás todas as montanhas russas? E qual a graça de ir naquela que só dá uma volta, sem nenhuma aventura? É preciso entrar de cabeça; ir na mais alta e mais íngreme para, quando lá em cima, puder olhar todas aquelas formigas-pessoas, contemplar todo aquele segundo - tão grande nessas horas - antes que todas as entranhas se comprimam em um mesmo ponto, descarregando, naquela que parece ser a derradeira viagem, um enorme, energético e revigorante jato de adrenalina.

No mais, quando as barreiras do som forem rompidas e suprimidas por uma única meia-palavra, será a hora de recolocar o medo como latência e contemplar o pior-melhor. Sei bem que a minha visão pode ser um pouco mais reconfortante, mas em Kafka já é bastante o buraco, a nudez, a asfixia - sempre uma despotencialização.

Para tanto, uma adaptação elaborada por Koji Yamamura:



sábado, 13 de novembro de 2010

¿Gesellschaft? Apenas um sonho!


Carícias jogadas no lixo e finais de semana desperdiçados: é esse o mote da sociedade! A ordem é construída por dominação e jogos de potências em estruturas mais ou menos fortes, fazendo disto depender justamente a sujeição e o poder de um indivíduo (ou grupos) sobre os outros! O nosso pensamento ocidentalizado é um caminho paralelo à marginalização da alteridade; é um estuprador de criancinhas: e ficam as chagas da massificação.

Essa é, ainda, uma preocupação recorrente em pensadores como Toni Negri, Michel Foucault e mesmo na máquina de Gilles Deleuze. Ainda que cada um vá dá sua cor, pois é disso que sobrevive a multidão - dos aspectos coloridos das hordas. E se o homem/inseto Gregor Samsa (A Metamorfose) de Kafka concordar, Spinoza nunca esteve mais certo!

Mas por favor, me explique o Sr. Leitor o que eu pretendo citando todos esses nomes e todas essas bugigangas de um saber? É que parece muito claro que a maior parte do meu público quer que eu escreva alguma coisa, e eu sou puro fluxo. Aqui eu sou Don Quijote de la Mancha, seguindo meus impulsos e tornando-me confuso ao mundo. Mas eu tenho meu Sancho Panza! ah, eu tenho que tê-lo... aquele que se me dá um "isso não são gigantes, mas moinhos", também lho aprisiono em promessas. E novamente, qual a raiz desse texto? Promover o devir: grafar-e-ler: criptografar signos incriptografáveis. Mas existe algo mais?

Acontece que a proposta dessa coluna é influenciar a necessidade de cada um em buscar aquilo que nos dá tanta preguiça: cultura. Para tanto, o objeto da vez é um sujeito, melhor dizendo, um grande professor. Aqui pretendo apresentar Claudio Ulpiano (http://www.claudioulpiano.org.br/), um dos maiores filósofos e professores que o Brasil já teve. Deleuzeano, nunca escreveu nenhum livro e ainda assim teve suas aulas gravadas, espalhadas, apreciadas. Mas, adieu, todo sarau chega ao fim:


sábado, 6 de novembro de 2010

Judeus, Olinda e literatura!


Para aqueles tantos que ainda não sabem ou não tiveram o trabalho de se interessar, acontecerá nestes próximos dias 12, 13, 14 e 15 de novembro o FLIPORTO (http://www.fliporto.net/index.html) - antigamente realizado em Porto de Galinhas, ganha agora, muito provavelmente, uma maior visibilidade por ser sediado em Olinda.

Este ano, tendo como tema "literatura e presença judaica no mundo Ibero-Americano", contará com a presença de Eva Schloss, meia irmã de Anne Frank - cuja obra "o diário de Anne Frank" é mais do que conhecidamente baseada nas experiências vividas por ela (Anne) durante a Segunda Guerra Mundial (há inclusive um museu dedicado a garota judia em Amsterdã, cujas paredes revestidas por passagens de seu livro-diário dão o tom ao seu refúgio) - que, junto a sua mãe, sobreviveu a um campo de concentração na Polônia.

Como não poderia deixar de ser, visto que por demais grande e, além do mais, criada em infância no Recife, Clarice Lispector será roda-dentada deste evento. Ademais, será a vez de Ioram Melcer abordar Fernando Pessoa e Marcio Seligmann, Franz Kafka - já citado en passant em outro texto de minha autoria. Será, outrossim, espaço para debates acerca das visões político-religiosas entre árabes e judeus.

Por fim, espero ter servido de alguma - qualquer - forma para vocês, se não promovendo o evento, pondo em evidência esse tema da influência da cultura judaica no Brasil, particularmente no Recife, aonde temos a primeira sinagoga das Américas, a Kahal zur Israel (http://www.arquivojudaicope.org.br/a_sinagoga.php), localizada na Rua do Bom Jesus, no Recife Antigo. Assim, numa espécie de Addendum, cito o livro de José Antônio Gonçalves de Mello, "Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco, 1542-1654", o qual poderá, quiçá, ser tema de alguma futura postagem, sobre, quem sabe, os judeus e suas relações com as políticas públicas do Brasil Holandês.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Educação: entre o embrutecimento e a emancipação.


Um grande professor e mentor meu certa vez me passou dois livros para ler; eles se chamavam  "O Infante de Parma: a educação de um príncipe iluminista" - de Elisabeth Badinter" - e "O Mestre Ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual" - de Jacques Rancière. A ordem da leitura fora justamente esta e a proposta, na verdade, fora encaminhada a um grupo de alunos seus, os quais, assim como eu, eram muito interessados pelas cadeiras de Filosofia e Sociologia do direito.

Assim, em um primeiro momento, lendo a obra do Infante, eu me deparei com um sistema de educação que, em primeiro lugar, lembra muito aquele ao qual eu fui submetido durante toda a minha vida, quer dizer, um sistema já bastante violento, aonde impera a necessidade da força bruta para a conquista do saber (Diga-se, não obstante, que não foi exatamente o que eu recebi, mas em muito é semelhante). No livro, um jovem príncipe de uma cidade-estado chamada Parma, na região da Itália, recebe a incumbência, contudo sem a sua anuência (mas na verdade qual é o pai que deixa de lado as suas expectativas em cima do filho para deixá-lo escolher? parece, em certa medida que é até anti-natural!), de ser a prova viva de que o sistema filosófico, racionalista, do Iluminismo poderia ser posto em prática e idealizado como o melhor possível. Pois bem, parece que o tiro saiu pela culatra! Se, já novo, tinha-se uma grande promessa, em sua maturidade descobriu-se um frouxo e carola de um estúpido, o qual sempre fora obrigado a interessar-se por assuntos que não lho apeteciam. Foi, portanto, o relato de um total fracasso educativo.

Logo depois, com a leitura do livro de Rancière, podemos ver uma proposta completamente diferente. Ele conta a história de Joseph Jacotot, um francês que, exilado nos Países Baixos (por ter sido revolucionário em 1789) com a restauração da monarquia, fora convidado a ensinar em uma universidade. Os seus métodos, entretanto, não eram dos mais comuns... Jacotot não sabia holandês, o que poderia ser um grande problema, mas pensou em utilizar uma obra bilingüe para ensinar francês e pediu aos alunos (cujo conhecimento desta língua, a eles estranha, era se não zero, quase isso) que após a leitura escrevessem seus pensamentos na língua de Joana D'arc. Muito interessante foi a estranheza de Jacotot ao encontrar ótimos comentários e muito bem escritos! Assim, Rancière lança o arcabouço para a sua teoria: não há que se falar em aulas magestáticas aonde o professor, fonte do saber, leciona a pobres almas privadas de conhecimento, mas pensar a igualdade intelectual como um princípio. Quer dizer, não há discrepância entre mestre e aluno, todos tem igual capacidade, e ainda atrevo-me, inspirado neste livro, a dizer que muito pode o doutrinador apreender de seus alunos se se colocar numa posição de faminto intelectual. Aliás, como bem dito no livro, o mito pedagógico, a dizer, a idéia da desigualdade professor-aluno, deve ser superada para não haver o embrutecimento - que seria a maneira de se praticar repetições absurdas paltadas numa insuficiência de massa cinzenta para o aprendiz.

Portanto, como educação faz parte das prioridades de qualquer Estado que se preze, deixo o meu recado, sempre lembrando esse grande professor e amigo, cujo maior mérito foi ter incentivado a minha emancipação intelectual e o meu auto-didatismo. Ademais, fica aqui uma sugestão de leitura: "Educação Como Prática da Liberdade" de Paulo Freire e a idéia de que não basta formar alunos de repetições, mas prepará-los para o diálogo, extirpar a violência das pedagogias verticais!

domingo, 31 de outubro de 2010

Le Sphinx - O Folhetim 03


Criado a imagem e semelhança de um batráquio, nada mais poderia ser. Mas que coisa absurda! E o absurdo era contido em seu âmago. § As suas bases, construídas em circuitos e fechadas a cadeado, nunca foram mostradas. Aliás, foram, mas não apreciadas. Porque ele sempre fora reprimido por si, ainda que acreditasse não o ser. Laércio, homem de palavra. Laércio, homem confiável. Laércio, o educado. Laércio, o querido. Mas nunca, nunca, Laércio! § Suprimido por suas experiências, devastado em seu pesar. Isolado por todos e principalmente por seus monstros. Era necessário esconder-se! De quê? Para quê? § Aquilo começou como uma brincadeira e alastrou-se à realidade. Atrás da poltrona, da perna do pai, da voz da mãe, do túmulo da avó. Criou seus medos, alimentou suas consternações, viveu em função de uma efígie a qual nunca sua. Fora o Édipo de seus sentimentos – e como que na sucessão de fatos do mito tebano, do duelo com Laios até tornar-se um apátrida –, teve a necessidade de destruir-se. § Dormiu embrulhado em maus-sonhos e bons-pesadelos: por muito o assombraram! Ser sozinho, sozinho consigo, consigo e junto a outrem. § Determinou o quanto era vivo ao querer morrer. Tratou de seus medos como a um amigo e viveu feliz enquanto os repudiava a distância de um sonhador. Amou seu maior inimigo, e o abominou, também. Seus fantasmas foram de fato – os fatos nunca ocorreram, as cadências foram dominadas e conquistadas, não por ele, mas sim, pelo outro que consigo, aquele tão venerado espectro. \

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Conatus - O Folhetim 02


Era um dia quente e nada havia que não a agonia; esta e imagens destoantes. Assim pairava Laércio em seu conatus[1]. Perpetuando a questão: se morrer, para que fazer? Mas ainda assim o fazia... Laércio nunca fora de ter muitos amigos, mas também nunca estivera sozinho: sempre acompanhado de seus reflexos, quase que numa relação de estreita afecção com suas inseguranças. Mas, filho dos pais que tinha, nunca poderia deixar notável – que decepção isto seria! De todos os males o menor: guardar para si os seus medos. Rir de si nos momentos certos, enquanto abraçado ao vazio! Sozinho, admita! Esse era seu passatempo: encontrar em coisas efêmeras a liberdade de ser sozinho sem ser – e tentar enganar todos os outros com suas asneiras e brincadeiras. Laércio era uma pessoa feliz! Feliz, ele queria ser. Mas difícil é transfigurar-se em algo que não é: ele era feliz, de fato... para os outros ele era! Isso é o que importa: a imagem! \


[1] Na filosofia de Spinoza, é uma tendência inata das coisas para perpetuar-se. Daí o nome da personagem: Laércio Conatus.

domingo, 24 de outubro de 2010

A Moldura do Direito


Já faz algum tempo - e semana passada, como que por mágica, voltou-me ao pensamento - eu ouvi de meu antigo professor de Introdução ao Estudo do Direito uma interessante metáfora. Assim, dizia ele, "o direito é como uma moldura de quadro, tudo nela é alterável, mas ela permanece".


Mas então, como disse acima, essa imagem voltou de súbito à minha cabeça quando estava eu a tagarelar sobre isso e aquilo com outrem. Mas como será que isso voltou assim para mim, depois de tanto tempo (mais de 3 anos)? Foi justamente por entender o contrário! Durante muito tempo de minha vida acadêmica eu cheguei a acreditar nessa mui bem formulada ficção, mas não é mais o tempo para tal...


Quero dizer, como dizer que o sistema é sempre o sistema? Mas e as mudanças? E as revoltas? E tudo o mais? Como continuar acreditando em uma tamanha invenção, esta que desfigura o caráter mutável da sociedade? Onde estariam as forças reformistas? O direito, entendendo-o como é AGORA, até pode ser como nesta metáfora, mas o direito é muito mais! e antes de tudo, a complexidade dessa alegoria não finda no direito, pois acreditá-la é dizer o mundo como uma moldura de fatos acertados.


Já se foi o tempo... já se foi o tempo... e hoje? hoje é tudo ou nada em plena aceitação: hoje é fluxo! Para mudarmos esse sistema não basta dizer eu vou fazer o correto, mas dizer eu vou descrê-lo! queima-lo-ei e lhe-mo alimentarei. Essa é a verdade: a verdade é desconstruível! e no fim, resta o rio, mas esse podendo mudar seu leito, não apenas suas águas!

Conversações ao João da Ega


Tenho lido um livrinho chamado "Os Maias", de autoria do mestre realista Eça de Queirós. Sei que como estudante de direito, a maior parte das pessoas quando mo vêm a folheá-lo e deliciar-me com tamanhas linhas de prazer, olham-me como se fora um alienígena, um diferente! Mal sabem eles o conceito de "diferença sem negação" de Deleuze, acreditam na massificação e na pueril atração dos semelhantes...

Sim! estou lendo um romance, uma LITERATURA! Mas será possível? estudantes de direito a "nata" da sociedade, os futuros advogados, juízes, mestres, promotores, parlamentares, etc. não sabem o que significa uma boa leitura! isto é um absurdo! ou seria eu o alienígena? é o que parece... (risos).

Dessa forma, tendo em vista que as futuras "ôtoridades" desse país, ofereço minha alteridade:


E como o Ega se curvava, vencido, cheio só de respeito - o outro, faiscando todo de finura e cinismo, atirou-lhe uma palmada ao ombro:
- Meu caro, a política hoje é coisa muito diferente! Nós fizemos como vocês, os literatos. Antigamente a literatura era a imaginação, a fantasia, o ideal... Hoje é a realidade, a experiência, o fato positivo, o documento. Pois cá a política em Portugal também se lançou na corrente realista. No tempo da Regeneração e dos Históricos, a política era o progresso, a viação, a liberdade, o palavrório... Nós mudamos tudo isso. Hoje é o fato positivo - o dinheiro, o dinheiro! o bago! a massa! a rica massinha da nossa alma, menino! o divino dinheiro!
E de repente emudeceu, sentindo na sala um silêncio - onde o seu grito <> parecera ficar vibrando, no ar quente do gás, com a prolongação de um toque de rebate acordando as cobiças, chamando ao longe e ao largo todos os hábeis para o saque da pátria inerte!...


Pois bem, a minha alteridade, esta minha tão íntima força de ser diferente só me traz uma coisa: negação ao eu. quando, hoje, eu penso nesse país, em suas multifacetas pela ganância, em suas poucas reservas de respeito, em sua sede espúria pelo reconhecimento, em meus banalizados colegas de curso buscando a fórmula mágica para a felicidade ($$), penso apenas em uma coisa, a qual desdobra-se em duas: (a) será que está tudo errado (b) ou tenho eu é que me adaptar?!


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Entre as máscaras e as agonias - O Folhetim 01



- Tire suas mãos de mim!  
- Mas será possível, não vê que eu não poderia? Sou teu melhor amigo, rapaz. Meu caminho é teu paralelo: sou tua angústia, teu prazer. (risos). Não quer dizer que também não seja eu teu óbice, e por ventura, teu algoz!
- Mas então, o que eu ganho desta relação? Alento? Não vejo onde tu queres chegar, qual a tua proposta, não sei o que tu queres...
- Meu amigo, não quero nada que não fosse inevitável. Para dizer a verdade, se refletires, não tenho vontade, sou teu acaso, e como não poderia deixar de ser, fruto dele, também. Pois não enxergas essa verdade que te me carrega? O belo um dia teria que esvanecer, porque, quando comigo, nada escapa, nem tua vida.
- já não me interesso por nada, sabias? Não me importa isso que falaste... Sei que nada é em absoluto.
- Mas de mim tu não foges, sou tua angústia, meu caro Laércio... Eu sou nada!
- Não abras a boca pra falar besteira! Não sinto nada, nunca me deixei transparecer, fui por toda essa vida um mentiroso! Meu mérito é ter escondido de mim e do mundo o que eu sentia... Só assim... Só assim eu fui feliz!
- Há! Isso não importa! Tudo que falas é sem sentido; Delas tu não vais fugir! ... Deverias era viver...
- Mas então...

Sem mais o seu corpo caiu inerte. Entre alívio e dor: um efeito de luz, jogos infantis. Será que ele acorda? Só dorme? Será que há necessidade de saber? Ocaso, isso é o que é; ou acaso? Nuvens salmonadas fecharam sua retirada! Morto enfim. Morto em si. Em si. Enfim em si. \

"Homo Homini Lupus"

Aqui, já não mais fazendo sala à estréia (ou reestréia), vou colocar um vídeo, cuja mensagem, muito embora fale por si só, me faça querer escrever um tantinho. Pois bem, não vou-me prolongar, contudo, seguindo a idéia do intróito que foi o outro texto, e acrescendo a este a idéia (creio contrária à) lançada por Rui Barbosa (v.g. Vídeo), digo: não sinto vergonha, sinto "Hobbes"! E como quem nada quer, deixo esta ótima mensagem, tão fidúcia aos interesses democráticos. Pena, não estamos nesse regozijo.

Chistes!

Sei que até pouco tempo este blog se chamava "Recife: propósitos de uma juventude sem objetivo", mas parece que esse tema falhou, por não ser suficientemente abrangente - também por me deixar constantemente atordoado com o excesso de nonsense que suscitava. Pois não se preocupem, tudo continuará como sempre, apenas mudou o nome, o tema e a pessoa que escreve, já que hoje vocês ganharam a oportunidade de ter um "eu" remodelado!

Mas não é só isso, digo que de agora em diante, tudo será um eterno trocadilho, um chiste (nos dizeres freudianos). Além do mais, minha avaliação será muito mais correta, pois quase demagoga e caduca! Não, perceba, não para mim, claro, talvez nem mesmo para você que leia, mas para uma generalidade ou gerencialidade sistêmica (se preferir, sistemática).

Pois é, de início me parabenizo por tamanha falta de objetividade, viva (uhay!)! e, já que o país condiz com esse mote, um grande Amon-Rá e têm-se o "sap" e o "mute"! Assim, sintam-se livres para a crítica a quaisquer espécies de esboços, cártulas, vídeos e escritículos!

De mais a mais, muito obrigado, tenha um bom pesar.