quinta-feira, 10 de março de 2011

Um dia na areia


Lembra-se daquele dia de sol? Pois é, o dia estava lindo e era nosso reencontro. Nós andávamos e andávamos enquanto nossos pés iam afundando na areia. Carregávamos nossas sandálias nas mãos e no rosto um belo sorriso. O vento ia fazendo-nos dançar e andar e olhar e sorrir e... Nós estávamos ali. Finalmente, ali. O som do vento. O som dos nossos passos. Os passos na areia. A areia em nossos pés. Os pés que aos poucos apagavam-se de nossas memórias. Os restos das memórias que iam ficando. Quanto elas nos custam, não é verdade? Isso é só entre mim; você e eu, na verdade.

Nós ríamos bastante, lembra? E aquele dia na areia? Ah! Como o mar estava lindo... E era um dia de sol. Nós olhávamos em volta enquanto as luzes iam refletindo(-nos) na água. Éramos eternamente cúmplices um do outro: sempre com belos sorrisos. As ondas iam-nos afastando e nós ansiávamos para que nossas pernas se chocassem, se tocassem, se enroscassem. O som do seus cabelos ao vento; como me faz falta... era uma graça só... Eu vejo os nossos olhos uns nos outros. Passos entre as memórias. Memórias de um dia feliz, do qual me escapam esse pés afundados na areia. Enfim, pessoas que não somos mais, foram-se com a água e, se de alguma forma voltaram, só com Zéfiro.

E na rede?! O céu estava lindo e a lua estava cheia. Nós lembrávamos momentos enquanto nossos lábios iam se afundando; o cheiro era doce e os seus cabelos moviam-se. Os corpos iam batendo e nossos pés esfregavam-se entre os lençóis. O som do ato. O ato na cama. A cama e nosso peso. O peso de nossa culpa. A culpa que nos levou a este momento. O momento do qual vamos sempre lembrar. A lembrança, que por conta da culpa e da vergonha, vamos apagar, assim como aqueles passos...

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