segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Canção de bosque

BEKSINSKI, Zdzislaw. AA78, 1978.

É um vazio existencial tremendo. E como me dá fome estar nele jogado, arrastado por um retorno à pátria-mãe. Longe do solo da infância é que se pode ser si mesmo e viver como si-mesmo e sonhar e comer. É um vazio tremendo e imenso e dá sono e tira a fome e angustia. Lacero-me o braço e as pernas ao coçar e arranhar; impelido por um desconforto indeterminado e imensurável, lacero-me até mesmo o lacerar. Como dói o voltar do mesmo... Como entristece pensar que tem de ser como o é, para que de fato seja. É uma existência tremenda e como o seu vazio, no seio da pátria-mãe dá fome! Que venha o bosque.

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