sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Δαμοκλῆς, ou a fama do povo


Que pena! Aristóteles não conheceu a nossa sociedade: 
Neste governo à la Ayn Rand, quiçá constataria que estamos todos sempre corretos “Vivemos no melhor dos possíveis mundos” - Proferiu o mestre Pangloss. Fora daqui, Sólon! - Quem disse que necessitamos de suas reformas?



10 comentários:

  1. Nós estamos em um mix de folhas: um pouco de Thomas More, de George Orwell, Miguel de Cervantes, molho de Franz Kafka e uma pitada de Hans Kelsen para disfarçar o sabor...

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  2. Se de um lado Voltaire tem Pangloss, do outro tem Zadig. E ai? Acho que Rand escolhe o primeiro.

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  3. Hmm, eu acho que Rand escolheria Zadig na verdade, porque Pangloss tem o otimismo religioso de Leibniz, enquanto Zadig é a perseverança do mérito, como o objetivismo moral de Rand

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  4. Mas Zadig sempre contesta a sua relação com o mundo e sempre vive no campo da experiência frustrada...

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  5. Eu não vejo bem assim, porque Zadig tem um modelo bem clássico, de Epopéias, ou seja, o caminho, as privações em si, são para enfatizar os méritos.
    As experiências aparentemente frustradas ou frustrantes não são nada mais, do que a comprovação da vitória eventual dele.

    É como Heródoto, que coloca os Persas em um número de praticamente 5 milhões, no cruzamento da Ásia para o Bósforo, e os gregos em algumas centenas. Mesmo na derrota, as dificuldades e as privações destacam o heroísmo e a superioridade moral,das armas, do valor, do espírito, da virtu...

    Zadig sabe de tudo, pode tudo, conhece tudo, passa por tudo, e o autor, ou "os deuses" o colocam sempre sob um holofote de sofrimento, quase como hubris, mas o trazem sempre triunfante ao fim. É a vitória do espírito,da razão, das habilidades, do empiricismo.

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  6. Eu concordo com você, mas o sistema quer resultados, não heroísmos ou sistema de provações... Acabou a era dos mitos, das fábulas e das estórias...

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  7. Mas o que eu falei sobre Ayn Rand, e deveria ter elaborado, é no sentido de cada um acreditar nos seus próprios méritos e não se preocupar com o dos outros, o individualismo, como se o tempo de cada um fosse mais precioso que o do outro. Eu tenho que chegar antes, eu sou mais ocupado que você, o que eu gosto é melhor, o que eu faço é mais relevante, esse "objetivismo moral" individualista, da filosofia dela, onde cada um que procure se destacar, pensando em si próprio...

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  8. sim... justamente...

    Acho que tem alguma coisa que não tá batendo, porque eu associei Zadig ao contrário de Ayn Rand, ao passo que Pangloss se ligaria com ela no sentido de estar tudo bem o objetivismo...

    E ai, tem alguma coisa errada?

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  9. Pangloss é uma crítica direta à naïveté de Leibniz, é a personificação de tudo que Voltaire considerava idiota, no curso do Livro, Candide tenta aplicar os ensinamentos de Pangloss\Leibniz, a quem Voltaire odiava,à todas as situações possíveis. Sempre se decepcionando, até que no final, após constatar que aquilo era um bando de baboseira, ele fala - basicamente -

    "Cela est bien dit, répondit Candide, mais il faut cultiver notre jardin."

    Enquanto Zadig é o triunfo da razão, nas proprias palavras do autor.

    Foi isso que Rand propôs em Atlas Shrugged, e nas suas outras obras sobre política e filosofia

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  10. Pangloss sempre diz - Nada poderia ser diferente, porque este é o melhor dos mundos possíveis, é assim que Deus quis que fosse. É um conformista, por isso, "Candide ou L'optimisme"

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