terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Um sonho ero-triste: "Exit Music (For a Film)" (Radiohead)


O garoto esta novamente sozinho em sua cama. Estava tudo escuro; braços cruzados atrás de sua cabeça - em pose bastante moderada -, olhos fechados - embora ainda os abrisse vez ou outra - e a boca um pouco inquieta. Pensava nela e em seu sorriso - tímido e, às vezes, incerto, apesar de completamente sincero. Não conseguia atirar-se fora daquela imagem; de quando, já na sala, ouve os seus passos apressados e vê-la chegar totalmente ofegante, e, ao sentar-se ao seu lado, dá-lhe um beijo gostoso e carinhoso como dão os amigos. Mas não! De forma alguma, na verdade, como dão os amantes, com agonia (por querer ter-lhe o quanto antes para si, ou ter-lhe em si). Ele, é claro, volta às suas leituras - ao que lê entusiasmado para ela -, mas sem tirar-lhe do canto do olho, fica atento a qualquer movimento que possa ser suficiente para fazer-lhes tombar as testas, o rosto, a boca (enfim).

Obviamente que como memórias a coisa repetia-se o tempo todo (aquele seu balouço de corpo em sua direção e seus braços estirados dando voltas no que se chama espaço, e, contrariando a lei básica de Newton, ocupando em sintonia um mesmo lugar ao mesmo tempo). Mas o garoto ainda estirado na cama, a garota em preto e branco, e agora deitado por sobre o ombro.

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