segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

§ 1 - Contingência Corporation


Os espaços mundanos são a regra. Não gostaria que assim fosse, mas que posso eu, reles ser subjulgante/subjulgado, ante as inovações da tekhné? Aliás, a prâxis a exige, essa inovação. Há muito essa já é a vontade dos homens: desenvolver a técnica perfeita, artisticamente incomparável, irredutível. Não há como fugir disso, senão nos fins das coisas, ou no fim dos tempos, ou qualquer(s) que seja o fim(s).

Escrevo hoje este texto em um teclado, de um computador relativamente novo (3 anos e meio). Ele já está demasiadamente ultrapassado ou levemente gasto. Os avanços, ao passo que se perfazem, se atrasam. O novo já não é mais novo no espaço de um segundo e o conceito de bom é vinculado ao novo e não ao ótimo. Na empresa que se chama empreendimento-do-novo-melhor-que-antes, não há espaço para o temporalmente superior.

Escrevia e continuo escrevendo neste velho amigo, nem tão velho assim; mas o que importa é que ainda tenho comigo velhos amigos, já bem mais velhos do que eu imagino que sim: uma máquina de escrever Olympia SR De luxe e uma caneta Parker "51". Para dizer a verdade, essas relíquias são bens preciosíssimos, pois eternizaram-se: de tempos outros chegaram a mim.  E sendo bem sincero, como o cheiro do antigo é gostoso. Agora é só a supressão dos sentidos: falta-me um pedaço do fim.

O mito da pós-modernidade é engrandecido: antes o novo ao bom. Em resposta a isso chamar-me-ão antiquado.

2 comentários:

  1. Daqui a pouco tu vais escrever com pena de galinha, ou aprender escrita cuneiforme pelo jeito !
    abraços Bruno
    faça bom uso da caneta nova


    ps( olha quem está falando né?)

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