terça-feira, 12 de abril de 2011

Meth / Emeth


Fome.
Jejum da fome.
Fome da Solidão.
Solidão da solidão.
Jejum da Solidão.
Fome do Jejum.
Solidão.

E assim – como esses versos – vai-se seguindo o decurso. Vão sendo passados pés na frente de pés, e um atrás do outro. "Von Hungertag zu Hungertag"[1], alimenta-se a angústia por uma hora a mais de silêncio. E o sonho, que nunca será, jamais deixará de ser a realidade. Acolham-se os fantasmas; hoje, a noite, como sujeito, é quem se diverte.


[1] Kafka, F. Ein Hungerkünstler. In: Kafka, F. Das Urteil: und andere Erzählungen. Köln: Anaconda, 2008. p. 149. Tradução livre: “De dia-de-fome em dia-de-fome”.

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