terça-feira, 12 de julho de 2011

Recife's Business School!


Pois bem, não sei se foi por conta de um ódio que me diminuia ou do simples e profano desejo de briga e de confusão que com esforço tentava controlar - muito embora penso ter sido tão só o acaso - fui assaltado enquanto parado e disperso. Na verdade, nem tão disperso estava, apesar de que isto não fez como não faz qualquer ínfima diferença. O chão é sempre o chão: e demora para dele se sair. Não havia jeito, senão o próprio assalto e a resiliência.

Entra, então um estranho no carro; um estranho em um carro estranho. Daí ao ponto de ser o carro (outrora tão meu, tão eu) um estranho, também, já não foi tanta surpresa. Eu e o carro quando éramos um só, íntimos; depois, éramos vários, descentrados e desconhecidos. Surpreendemo-me, entretanto, não ter-me desobedecido como faz um cavalo confuso ou em fúria. Aliás, muito pelo contrário! Serviu-me tanto melhor. E quanto melhor nos servem os estranhos...

Com toda certeza, após o incidente, este deve ou pode ter sido o pensamento dos colegas ladrões. Pois os seus só servem a si quando é fácil, quando não têm medo; quando, em suma, lhes é conveniente. Claro, que pode ou deve ser conveniente servir enquanto isto for alimento ao ego e ao hábito, ainda que não seja tão fácil, que lhe cause medo ou não seja conveniente a priori. Ego e hábito, formas de justificar o servir alguém próximo.

Assim, rodamos e não foi pouco; quase um belo passeio, um city tour. Fomos do Espinheiro até Casa Amarela; dali para Apipucos e quase chegamos em Dois Irmãos. Depois, fizemos, ou melhor, desfizemos o percurso corrido. Destino? Santo Amaro. Um belo lugar para nos soltar, pois é central, não é mesmo? Claro, belo lugar uma ova! Estávamos sendo assaltados, mais precisamente, em linguagem técnico-jurídica, sofríamos "extorsão mediente sequestro".

Mas verdade seja dita, de certa forma, a situação foi até suavizada; atrevo-me, parcialmente controlada por nosso autocontrole - meu e de minha mulher. E mais, foi mais controlada pelo sentimento de controle que nos deixamos impressionar, incutir pela paixão - como quem sofre. Quanto aos dois meliantes? Acalmaram-se, enfim. Sabiam que estava na reta; não na nossa, óbvio... A grana estava.

Assim foi... Paramos, sacamos; sacaram e gostaram. Partimos e obedecemos. Fazíamos ali quatro anos juntos - e, deveras, talvez nunca tenhamos sido tão cúmplices! Ali já não era mais Eu e Ela, éramos Nós, juntos e indissociavelmente perplexados e mortificados e aquebrantados e apaixonados. Parabéns e obrigado, minha linda! Um conto a mais para nossos filhos e netos e por ai a fora!

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