domingo, 2 de outubro de 2011

Tempus Fugit

Há através da ideia de progresso, no curso temporal dos movimentos,um certo contínuo sequencial que traz em si um clamor marcial de -Victori Spolia - Ao vencedor, os louros da vitóriaComo se tudo que vier em seguida, seja espontaneamente mais legítimo que o modelo anterior..

O que o ponteiro ultrapassa é devorado pelo abismo, e o novo passa a ser verdadeiro. O belo perde as cores, torna-se árido, é olvidado. Tons outrora ressonantes e melódicos tornam-se ruídos desarmônicos , cada vez mais longínquos, e ainda assim, irritantes.

Gilgamesh, aquele que viu as profundezas,não nos pode mais ensinar coisa alguma. Fora subjugado, seus feitos apagados dos tabletes; agora se defronta com o vazio. Dante não atravessa mais o Pórtico infernal. Agora o mastigado e digerido resumo vale mais que o deleite nas referências, é o deleite de deletar. Assim corre a história.



2 comentários:

  1. Caio, o último parágrafo está extraordinário!

    Vou chamar os dois únicos amigos que restam, Don Quijote de La Mancha - que marcha à loucura senil - e Homer Simpson - que defende o estandarte da ignorância!

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  2. Valeu Bruno, mas este é uma homenagem direta ao teu texto, quer dizer, escrevi inspirado nele !
    Que bom que gostou ! A gente tá precisando marcar uns debates com café ou cerveja dependendo da ocasião hehe

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