sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Super (in)consciência (Jogo com sensações)



De repente, estando na rua, já armado de sua testa vantajosa à frente, B. toma posse de sua consciência ao se perguntar, estranhamente familiarizado consigo mesmo: “Mas o que estou fazendo aqui?!”

Era demais para B., sempre fora demais! Ele já não tinha mais a mínima noção do que precisava fazer para que pudesse estar em algum lugar... Era demais para B.; isso ele sabia como ninguém.

Mas rapidamente aqueles pensamentos saíram de sua cabeça. Ele já estava olhando as suas próprias mãos – secas, transfiguradas pelo frio excessivo que fazia para um começo de outono. Afinal, ainda nem havia entrado propriamente nesta estação – era pleno setembro (e estranhamente frio).

Mas B. já não mais queria saber. Olhava seus pés – divertidos! Como sempre sorrindo. Não tirava aquele ar de sua face. Fazia-se refém de si mesmo à maneira de um Deus: escravo de sua própria infinitude e impossibilitado de mover-se no vácuo de sua própria substância – é sempre o todo de si mesmo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário